Jarbas Ricardo, prefeito tucano aceita derrota e não panfleta para Aécio

Derllânio Telécio | 13:18 | 0 comentários

  • O prefeito Jarbas Ricardo (PSDB), de São José da Tapera (AL), reconhece que a vitória de Dilma no município é normal e diz que é complicado fazer campanha para Aécio Neves
    O prefeito Jarbas Ricardo (PSDB), de São José da Tapera (AL), reconhece que a vitória de Dilma no município é normal e diz que é complicado fazer campanha para Aécio Neves
Depois de viver um longo período como o município mais pobre do país no final do século passado, São José da Tapera, em Alagoas, hoje é considerada uma cidade avançada para os parâmetros do semiárido nordestino. A cidade não figura mais entre os cem municípios com pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país.
Após mais de uma década do início do Bolsa Alimentação, os índices sociais do local avançaram significativamente. O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), hoje, é o 5º maior entre os 102 municípios de Alagoas. A mortalidade infantil caiu a um terço do que era em 1991. A proporção de crianças de 11 a 13 anos no ensino fundamental saltou 388%, segundo dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Na cidade, todas as praças têm internet sem fio gratuita. Há biblioteca, academia e até uma quadra de tênis pública.
Segundo o prefeito Jarbas Ricardo (PSDB), os programas sociais foram cruciais para o desenvolvimento da cidade, associado ao avanço do comércio. Ambos resultaram num aumento de renda na cidade. 
Arte UOL
Apesar eleger prefeitos tucanos desde 1996 e de ter sido berço do Bolsa Alimentação em 2001, a vitória de Dilma no segundo turno é apontada como inevitável no município. "Reverter esse quadro é uma missão extremamente difícil. Eu acredito que, se a eleição aqui foi 70% a 30%, ou 60% a 40% [para Dilma], já está bom", explicou o prefeito.
Mesmo tucano, ele admite que a mensagem do medo passada pelos apoiadores de Dilma deixa a missão de pedir voto para Aécio "complicada" não só na cidade, mas em todo o interior nordestino. "Sou eleitor de Aécio, mas a população da minha cidade tem todo esse medo. Tento passar a ideia de que o Bolsa Família está mantido, mas compreendo o voto [em Dilma]. Peço voto [para Aécio], mas não vou fazer campanha, ir para o embate, porque eu sei que perco", afirmou.
Para o prefeito, existe também no município um sentimento de continuidade. "O eleitor tem muito medo da mudança. Dilma não representa o PT, representa aqui o Bolsa Família. É natural que uma família que só tenha essa renda não queira nem ter a dúvida que isso pode acabar", analisou. 
Segundo o vereador Marquinho X (PMN), a vitória esmagadora de Dilma pode ser reduzida no segundo turno. "Estamos trabalhando para acabar com esse boato [do fim do Bolsa Família]", disse. "No primeiro turno, nenhum dos 13 vereadores fez campanha para o Aécio. Havia também a ligação com a eleição do governo do Estado. Eu votei em Marina, mas agora temos vereadores com Aécio. A votação dele vai aumentar", afirmou.
O professor Erivaldo Souza, 49, afirma que os votos de Dilma na cidade são fruto da "transformação para melhor" que a cidade passou. "Isso aqui mudou demais. O Lula juntou, acabou com os programas e fez outro. É outra coisa, e o povo percebe porque foi beneficiado diretamente", explicou. 
Fonte: UOL

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