Número de mulheres presas em AL subiu 444% em sete anos, aponta estudo
Um estudo do Infopen Mulheres, divulgado nesta quinta-feira (05) pelo
Ministério da Justiça mostra a situação da população penitenciária
feminina no Brasil. No panorama nacional, houve um crescimento de 567,4%
entre os anos de 2000 e 2014. Alagoas teve o maior crescimento da
população feminina presa entre os anos de 2007 e 2014, alcançando o
percentual de 444%.
O estudo é baseado nos dados do último Levantamento Nacional de
Informações Penitenciárias (Infopen) e contém dados de 1.424 unidades
prisionais em todo o sistema penitenciário estadual e federal relativos
ao mês de junho de 2014.
Segundo o Infopen, a população prisional brasileira no Sistema
Penitenciário em 2014 era 579.781 pessoas, levando em consideração as
prisões estaduais e federais. Desse total, 37.380 são mulheres e
542.401, homens. O estudo mostra que, em números absolutos, o Brasil
está em quinto lugar na lista dos 20 países com maior população
prisional feminina do mundo em 2014, atrás dos Estados Unidos (205.400
detentas), da China (103.766) Rússia (53.304) e Tailândia (44.751).
São Paulo tem a maior população absoluta de mulheres encarceradas,
representando 39% do total registrado em 2014. Em seguida está o Rio de
Janeiro, com 11%, e em terceiro lugar, Minas Gerais, com 8,2%.
Nos estados do Paraná e de Mato Grosso, o número de mulheres presas
apresentou queda no período. No Paraná, a redução foi 43%, enquanto em
Mato Grosso a queda foi 29%.
Em junho de 2014, em todo o país, 30% das mulheres presas não tinham
condenação. Sergipe é o estado com o maior percentual (99%), seguido
pela Bahia (66%). Entre os estados com menores índices estão Rondônia,
com 15%, e São Paulo, com 9%.
O estudo levanta também informações com relação às unidades
prisionais. Das 1.420 unidades do sistema penitenciário estadual
existentes no Brasil em junho de 2014, 7% eram voltadas para as mulheres
e 17% são consideradas mistas, já que podem “ter uma sala ou ala
específica para mulheres dentro de um estabelecimento anteriormente
masculino”. Entre os estados com maior número absoluto de
estabelecimentos femininos estão São Paulo, com 18 unidades, seguido de
Minas Gerais, com 13, e Mato Grosso do Sul, com 12.
Visão geral
A pesquisa traça um perfil da população feminina presa no B
rasil e
mostra que cerca de 50% têm de 18 a 29 anos. A maioria, duas em cada
três presas, é negra. Outro ponto analisado pelo levantamento é o motivo
da prisão. “O encarceramento feminino obedece a padrões de
criminalidade muito distintos, se comparados aos do público masculino.
Enquanto 25% dos crimes pelos quais os homens respondem estão
relacionados ao tráfico, para as mulheres essa proporção chega a 68%.
Por outro lado, o número de crimes de roubo registrados para homens é
três vezes maior do que para mulheres”, diz o texto.
Com relação à escolaridade, as mulheres apresentam condições melhores
que a dos homens presos. Entre elas, 50% não concluíram o ensino
fundamental, sendo que a taxa entre os homens é 53%. O índice de
analfabetismo também é menor. “Apenas 4% das mulheres encarceradas são
analfabetas, contra 5% dos homens; 11% concluíram o ensino médio, contra
7% dos homens”, acrescenta o relatório.
O estudo levanta também informações com relação às unidades
prisionais. Das 1.420 unidades do sistema penitenciário estadual
existentes no Brasil em junho de 2014, 7% eram voltadas para as mulheres
e 17% são consideradas mistas, já que podem “ter uma sala ou ala
específica para mulheres dentro de um estabelecimento anteriormente
masculino”. Entre os estados com maior número absoluto de
estabelecimentos femininos estão São Paulo, com 18 unidades, seguido de
Minas Gerais, com 13, e Mato Grosso do Sul, com 12.
Com relação à estrutura, o estudo mostra também que nos
estabelecimentos voltados para as mulheres, menos da metade tem
estrutura adequada para gestantes. “No que toca à infraestrutura das
unidades que custodiam mulheres, menos da metade dos estabelecimentos
femininos dispõe de cela ou dormitório adequado para gestantes (34%).
Nos estabelecimentos mistos, apenas 6% das unidades dispunham de espaço
específico para a custódia de gestantes”, diz o texto. Quanto ao número
de berçários ou centros de referência materno-infantil, apenas 32% das
unidades femininas tinham esses espaços e 5% tinham creches. Entre as
unidades mistas apenas 3% tinham berçários ou centros de referência e
nenhuma delas tem creche.
A população carcerária feminina não é formada apenas por brasileiras –
“53% das mulheres estrangeiras no sistema prisional vieram da América,
27% da África e 13% da Europa. Os quatro principais países de
procedência das mulheres estrangeiras encarceradas em junho de 2014 no
Brasil são a Bolívia (99 mulheres), o Paraguai (83), a África do Sul
(47), o Peru (35) e Angola (29)”, registra o relatório.
Com relação às mortes dentro do sistema prisional, foram registradas
566 no primeiro semestre de 2014. “Cerca de metade pode ser considerada
morte violenta intencional - 96% das vítimas foram homens e 3%,
mulheres” diz o texto.
Fonte: Cada Minuto
: Mulher
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